Como Lidar Com Amigos e Familiares Com Problemas Emocionais

Ajudar um amigo ou familiar que está passando por dificuldades emocionais pode parecer difícil, mas gestos simples de apoio e escuta podem transformar a maneira como essa pessoa enfrenta o momento.

SAÚDE MENTAL

Por Marcela Batista

4/2/20254 min ler

Todo mundo passa por momentos difíceis. Não importa a idade, a situação de vida ou o quanto a pessoa pareça forte por fora, todos nós em algum momento enfrentamos dias ruins. Pode ser aquela pessoa que anda mais quieta, que parece distante ou que já não tem o mesmo brilho nos olhos. São sinais que mostram que algo não vai bem.

Quando percebemos isso, bate logo aquela vontade de ajudar. A gente quer fazer a pessoa se sentir melhor, quer que ela volte a sorrir e tirar a dor dela de alguma forma. Mas muitas vezes vem também a dúvida: Será que estou fazendo certo? Será que estou realmente ajudando ou só piorando sem querer? É normal se sentir assim, porque ninguém nasce sabendo lidar com o sofrimento do outro.

A verdade é que não existe uma fórmula mágica, mas existem maneiras mais respeitosas para ajudar quem você ama, sem se esquecer de cuidar de você também. Abaixo, vamos conversar sobre isso com dicas práticas.

Escute sem fazer julgamentos

Ouvir de verdade não é esperar sua vez de falar, é colocar sua atenção totalmente na outra pessoa, ouvir com coração, sem pressa e, principalmente, sem julgar.

Evite frases como:

  • Isso não é nada”;

  • “Tem gente passando por coisa pior”;

  • “Você tá fazendo drama".

Mesmo que, para você, o problema pareça pequeno, cada um sente de um jeito. E aquilo que pra você parece fácil de lidar, para o outro pode ser um fardo gigante. Não julgue a dor do outro. Apenas ouça, acolha e, se não souber o que dizer, apenas diga: “Eu não sei exatamente como você está se sentindo, mas estou aqui por você.”

Não dê conselhos sem que a pessoa peça

A gente vê alguém sofrendo e logo quer dar um jeitinho e sugerir uma solução. Mas às vezes, a pessoa só precisa desabafar e nada mais. E nesse momento, o conselho, mesmo sem uma má intenção, pode soar como cobrança ou invalidação.

Em vez de sair aconselhando, pergunte: “Você quer que eu te ajude a pensar em uma solução ou só quer conversar mesmo?”

Essa simples pergunta mostra respeito e dá a pessoa o poder de escolher o que precisa naquele momento.

Incentive a buscar ajuda profissional

Por mais que queremos acabar com o sofrimento da pessoa, nós não somos terapeutas (a não ser que você seja, aí tudo bem). Existe um limite até onde podemos ir, e algumas dores são muito profundas e complexas e exigem de um acompanhamento profissional.

Aconselhe a pessoa a procurar um psicólogo, mas nunca force a pessoa a ir. O processo de buscar ajuda tem que partir dela e no tempo dela.

Respeite o tempo e o processo da pessoa

Cada pessoa tem seu próprio ritmo para lidar com o que sente. Enquanto alguns conseguem superar rápido, outros levam mais tempo, e tudo bem.

Evite pressionar porque só aumenta a culpa e o peso que a pessoa já carrega. Mostre paciência e que você vai estar do lado dela, mesmo que o processo demore. Isso é muito melhor do que exigir que ela esteja bem logo.

Faça pequenos gestos

Não subestime o poder de pequenas atitudes. Às vezes, um gesto simples aquece o coração de quem está no fundo do poço.

Algumas ideias de pequenos gestos:

  • Mandar uma mensagem dizendo que lembrou da pessoa;

  • Entregar um café com um bilhetinho;

  • Convidar para dar uma volta;

  • Fazer uma playlist com músicas que confortam;

  • Oferecer ajuda prática, como levar no médico.

Cuide de você também

Esse ponto é importante e, muitas vezes, esquecido. Ajudar alguém em sofrimento pode ser exaustivo, principalmente se a pessoa for alguém muito próxima. É comum a gente querer dar tudo de si e esquecer de cuidar de nós, e isso acaba sobrecarregando nosso emocional.

Lembre-se: você não pode ajudar ninguém se estiver esgotado. Não é egoísmo se cuidar.

Separe um tempo para si, desabafe com alguém de confiança e pratique atividades que te fazem bem. Se sentir que está carregando muito fardo, procure um profissional para você. Cuidar da sua saúde mental é um ato de amor com você e com o outro.

Esteja atento a sinais de alerta

Algumas situações exigem atenção imediata. Se a pessoa demonstrar sinais de que está com pensamentos suicidas, falando em desistir da vida ou se machucar, leve isso a sério. Não é drama e nem frescura, é um pedido de socorro.

Nesse caso, o ideal é procurar ajuda imediatamente. No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) atende 24h pelo telefone 188. O atendimento é gratuito, sigiloso e feito por voluntários preparados.

Se for uma situação mais urgente, busque apoio médico ou entre em contato com a família da pessoa.

Lidar com amigos e familiares que estão passando por problemas emocionais é um desafio, mas também é uma oportunidade de fortalecer laços, exercitar a empatia e crescer juntos. Com respeito e paciência, você pode sim fazer a diferença, mesmo que seja só com um abraço ou um “tô contigo”.

E, por fim, nunca se esqueça: você também importa. Cuidar de você é importante para cuidar do outro. Quando estamos bem, conseguimos ajudar quem mais precisa de apoio.

Se esse texto te ajudou de alguma forma, compartilhe com alguém que também pode estar querendo ajudar e não sabe por onde começar.

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Sobre a Autora

Marcela Batista, ama ler, escrever, ouvir música, se exercitar física e mentalmente, e adora aprender e debater sobre o comportamento humano e saúde mental.